A Marcha dos Imigrantes e Refugiados Reafirma o Existir em Pleno Direito

No coração de São Paulo, famílias de imigrantes irão transformar o asfalto da Paulista em um testemunho vivo dos artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

São Paulo • 03/12/25 às 09:17h

Não é apenas uma caminhada. É o corpo de uma mãe haitiana, antes invisível, agora ocupando o centro da cidade. É o sorriso largo de uma criança boliviana acolhida e transportada nas costas pelo “aguaio” (técido andino) da mãe que carrega uma história da própria ideia de futuro. É o olhar firme de um senhor sírio que carrega, no passo lento, a memória de uma terra distante. Essas vidas, com suas histórias gravadas na pele, serão os verdadeiros discursos na 17ª Marcha dos Imigrantes e Refugiados, que tomará a Av. Paulista no domingo, 14 de dezembro de 2025.

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Sob o lema “Migrar, resistir e viver com dignidade são direitos humanos”, a marcha vai além do protesto para se tornar uma afirmação solene. Cada família presente é a materialização do Artigo 1º da Declaração Universal, que proclama todos os seres humanos nascidos livres e iguais em dignidade e direitos. O simples ato de marchar juntos, com suas roupas típicas em fusão com as melodias e coreografias do Caporal e o Salay bolivianos, são sentimentos de bandeiras concentradas na quadricromia da “Wiphala”, eixo de lutas socias pelo mundo afora.

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A concentração confirmada para o Domingo 14/12/2025 no Vão Livre do MASP, a partir do meio-dia, promete ser um retrato falado da resistência cotidiana. Enquanto milhares buscam reconstruir suas vidas no Brasil, a marcha se ergue como um coro que exige a efetividade do Artigo 22, que garante a todos o direito à segurança social e à realização dos direitos econômicos, sociais e culturais indispensáveis à sua dignidade. O acesso à saúde, a uma educação que acolha, a um trabalho decente, pautas centrais do movimento, não são favores, mas a base para uma existência que respeite o Artigo 25, o direito a um padrão de vida capaz de assegurar o bem-estar próprio e da família.

A presença das crianças, em particular, lembra a todos um compromisso com o futuro. Elas são a razão pela qual a luta insiste no Artigo 26, o direito à educação, que deve promover a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações. A marcha é, ela própria, uma aula pública de humanidade.

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O convite é extensivo a toda a sociedade brasileira. Participar não é apenas solidarizar-se; é reconhecer-se como parte de um mesmo tecido social vivo, é ajudar a construir um país que se fortalece na diversidade, um Brasil que honra, na prática, os princípios que assinou em documentos universais. A Paulista, por um dia, será mais que uma avenida: será a prova de que dignidade é um direito que não pede passagem, mas que se constrói, coletivamente, a cada passo.

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