Professora indígena formada na USP funda a própria aldeia para recuperar tradições
Itamirim se dedica a trazer de volta hábitos culturais perdidos por tribo tupi-guarani em Peruíbe, no litoral paulista.
Por Isabela Madeira, Leticia Gomes e Yasmin Vilar (*)
12/05/2018 07h21 Atualizado há 2 anos
Educadora indígena formada pela Universidade de São Paulo (USP), Miriam Lima dos Santos Oliveira, de 39 anos, se viu em uma situação incomum na aldeia Piaçaguera, onde vivia, em Peruíbe, no litoral paulista. Ela foi proibida pelo cacique, dentro da escola onde trabalhava, de dar aulas de cultura. Diante disso, resolveu fundar a própria aldeia, para recuperar os hábitos perdidos de sua etnia.
Conhecida pelo seu nome indígena, Itamirim lembra que, com a proibição, acabou se demitindo. “Falei que ali não era meu lugar, não era meu espaço, porque eu não tinha me formado para aquilo”. Inconformada, se juntou a outras pessoas com o mesmo pensamento e fundou a aldeia Tabaçu Reko Ypy, também em Peruíbe.
O caminho que Itamirim encontrou para fortalecer a cultura tupi-guarani foi por meio de regras. Ela deu prazo de dois anos para que os ocupantes da Tabaçu aprendessem a língua, ou não poderiam permanecer na aldeia.
Além de aprender o tupi-guarani original, ainda há os conceitos de coletividade e o hayhu (amor índigena), que devem ser seguidos por todos os moradores. Quem deixa de cumprir um deles deve refletir no “toco do castigo”, que fica localizado no centro da aldeia - outro costume tradicional.
“Estamos formando grandes líderes e cidadãos, capazes de se sustentar lá fora também”, ressalta a líder da Tabaçu. A mãe de Itamirim é a líder espiritual da aldeia, e junto com outros anciões, busca transmitir ritos e canções para fortalecer o lado religioso, perdido por aqueles que saem das aldeias.
Foto de capa: Leticia Gomes- Itamirim, líder cultural da aldeia Tabaçu, junto da filha e da sobrinha.
fonte: g1.globo.com/
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