Em 2014, Jair Bolsonaro fez uma declaração controversa sobre a imigração no Brasil, afirmando que o país estava recebendo “o que há de pior no mundo”, o que gerou polêmica e destacou seu posicionamento rígido quanto à entrada de imigrantes, especialmente vindos da África, América Latina e Irã.
Publicado em 27/08/14 às 12:10h
Atualizado em 30/08/14 às 19:19h
Em 2014, o Palmeiras celebrou seu centenário com uma cerimônia grandiosa, homenageando seus ídolos em uma festa à altura da ocasião histórica. O prestigiado Credicard Hall, em São Paulo, foi escolhido como palco para a comemoração de um século de existência do clube. Entre os ilustres convidados daquela noite, destacava-se o então Deputado Federal Jair Bolsonaro, que, naquele período, havia sido o parlamentar mais votado do Rio de Janeiro.
Na noite de 27 de agosto, sob os holofotes da imponente estrutura paulistana, o repórter boliviano Antonio Andrade se destacou por sua ousadia ao entrevistar Bolsonaro. O tema da entrevista foi a crescente insegurança enfrentada pelas famílias de imigrantes em São Paulo. À época, havia relatos alarmantes de gangues invadindo as residências de imigrantes, cometendo roubos e praticando torturas físicas e psicológicas contra crianças, mulheres e chefes de família, especialmente aqueles de origem boliviana.
Um dos casos mais trágicos que chocou o país foi o assassinato de Brayan, um menino de cinco anos, morto nos braços de sua mãe com um tiro na cabeça durante uma dessas invasões. Este brutal acontecimento sensibilizou a sociedade brasileira em 2013, evidenciando a vulnerabilidade das comunidades imigrantes e sendo o foco da entrevista de Antonio Andrade com o então deputado Bolsonaro.
Diante das câmeras e do microfone do Bolívia Cultural, Bolsonaro, com o semblante visivelmente fechado, respondeu de maneira evasiva, utilizando as frases duras e diretas que logo se tornariam sua marca registrada. Sua postura diante de um tema tão sensível revelava o tom polêmico que continuaria a marcar sua trajetória política nos anos seguintes.
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“A gente não vai combater a criminalidade com flores, ok, eu considero os presídios brasileiros excepcionais, por que, lá e o lugar para pagar seu crime, não é para se regenerar, e quem não quer ir pra lá e só não roubar, não estuprar, não sequestrar, não praticar homicídios, que não vá pra lá”, “redução da maioridade penal já, uma política séria de planejamento familiar, entre outros ingredientes você pode atenuar a questão da insegurança em nosso pais” finalizando com o comentário dedicado aos imigrantes no Brasil.
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“O PT dá guarida a todas essas pessoas… nós devemos preservar o Brasil. O que há de pior no mundo está vindo para cá, não só da África, mas também da América do Sul, da América Central, e até iranianos conseguiram, via câmeras, entrada no Brasil, sem visto. Ou seja, nós podemos transformar nosso país num caos, dado o número de imigrantes que, como eu digo, o pior que tem lá fora, vai trazer um caos aqui.”
Finalizou Jair Bolsonaro, com a expressão fechada e o rosto vermelho, marcado pela intensidade de sua fala.
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Nos últimos anos, o Brasil vivenciou uma série de eventos políticos que deixaram marcas profundas no cenário nacional. Em 28 de outubro de 2018, Jair Bolsonaro foi eleito presidente do país, assumindo a liderança em um período de intensa polarização política e social. Durante seu mandato, o Brasil, assim como o resto do mundo, enfrentou a devastadora pandemia de COVID-19, que causou inúmeras mortes. Bolsonaro, porém, foi amplamente criticado por adotar uma postura negacionista em relação à gravidade da doença e às medidas de contenção necessárias para controlar a disseminação do vírus.
Em 30 de outubro de 2022, Luiz Inácio Lula da Silva voltou ao poder, sendo eleito presidente pela terceira vez. Contudo, o cenário político continuou turbulento. Em 2024, Jair Bolsonaro se viu no centro de acusações relacionadas aos distúrbios golpistas de 8 de janeiro de 2023, quando apoiadores extremistas depredaram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal, em um ataque que manchou a história da democracia brasileira.
Dentro desse contexto, Bolsonaro tem mantido uma posição rígida quanto à imigração, uma questão de grande relevância para o Brasil contemporâneo. O fluxo migratório para o país tem aumentado, com pessoas de diversas partes do mundo buscando novas oportunidades no território brasileiro. Embora o ex-presidente insista em políticas mais restritivas, um olhar atento para as dinâmicas globais sugere que uma visão mais progressista sobre imigração pode ser uma oportunidade para o desenvolvimento social e econômico do Brasil. A contribuição dos imigrantes, com sua diversidade cultural e étnica, tem sido um motor para o crescimento de diversas nações. Portanto, adotar políticas que acolham essas populações pode ser um passo crucial na construção de um Brasil mais inclusivo, dinâmico e próspero.
Em um mundo cada vez mais interconectado, valorizar a contribuição dos imigrantes não é apenas uma questão de justiça social, mas também de progresso econômico e cultural.
