Publicado em 04/12/23 às 23:00
Atualizado em 05/12/23 às 00:22h
Sob um sol radiante que marcava uma temperatura escaldante de 32ºC, a 14ª edição da Marcha dos Imigrantes tomou conta da Avenida Paulista no último domingo, 03 de dezembro de 2023. Mais de 1.500 corações de imigrantes pulsaram em uníssono, ecoando o lema do evento: “Sem direito ao voto e trabalho decente, não há cidadania plena”. Dançarinos, manifestantes, público e ativistas sociais, provenientes de todas as etnias e dos quatro cantos do globo, uniram suas vozes e aplausos em um espetáculo multicultural.
O colorido desfile de bandeiras de diversas nações foi enriquecido pela presença marcante da Wiphala entre os imigrantes andinos, simbolizando a união e complementaridade das nações originárias do continente. Este símbolo não apenas representou a diversidade presente na marcha, mas também trouxe uma mensagem de esperança que ecoou não só entre os imigrantes, mas também entre os paulistanos que testemunharam o evento.
Os palestinos e ativistas em prol da paz desempenharam um papel emotivo durante a marcha. Uma performance impactante retratou a dura realidade da guerra, ilustrando as condições enfrentadas por milhões de famílias obrigadas a se deslocarem em busca do direito à vida. A presença destes participantes adicionou uma camada mais profunda ao evento, recordando a todos sobre as lutas globais por justiça e paz.
“Aqui vivo, aqui voto” ecoou como um mantra nas vozes dos imigrantes, ressaltando a importância do direito ao voto como um legítimo e inalienável. Ronald, um paulistano presente na marcha, expressou que é um direito justo, afirmando: “Eles devem lutar pelo direito legítimo ao voto”. A dança do “caporal” boliviano proporcionou o ritmo afro-boliviano, vibrante que acompanhou essas palavras.
Esta edição da marcha foi única, pois, pela primeira vez, o espaço para a expressão direta das reivindicações dos movimentos sociais foi limitado. Problemas de comunicação impediram que o caminhão de som entrasse na Avenida Paulista devido às restrições habituais aos domingos. Contudo, isso não impediu que os imigrantes e seus apoiadores fizessem valer suas vozes e causas de maneira impactante.
São Paulo, mais uma vez, se tornou o epicentro dos clamores que ressoam globalmente em prol do direito de imigrar e de uma vida repleta de direitos. As novas gerações presentes tiveram a oportunidade de testemunhar de perto o vibrante ecossistema de nações que amam o Brasil, sem esquecer de suas origens e dos direitos que as moldam.
A marcha, que teve seu início por volta das 14:00 horas, chegou ao seu desfecho às 16:25 horas, legando à Avenida Paulista não apenas as memórias visuais das cores vibrantes, dos movimentos de dança e das vozes diversas, mas também imprimindo uma poderosa energia proveniente dos imigrantes e refugiados. Essa energia não se dissipou com o término do evento; ao contrário, ecoou pelas ruas, impregnando o ar com exigências palpáveis por uma sociedade mais justa e inclusiva. Ficou claro que, para esses protagonistas do evento, a marcha representou não apenas um momento de celebração cultural, mas também uma manifestação contundente em prol dos direitos, da igualdade e da construção de um futuro mais acolhedor para todos.