Publicado em 18/03/24 às 19:31h.
Atualizado em 18/03/24 às 20:00h.
Diana Soliz Soria é uma mulher que personifica a resiliência e a luta pela dignidade. Sua jornada no Brasil iniciou-se como a de tantos outros imigrantes bolivianos: desempregada e mãe solteira, ela chegou a São Paulo de ônibus, sem documentos, com o objetivo de trabalhar e sobreviver. Era o ano de 1996 e, aos 35 anos de idade, Dina se viu imersa em uma realidade desafiadora, onde jornadas exaustivas dentro de uma oficina de costura eram sua realidade, sem direitos trabalhistas e, muitas vezes, sem sequer conhecer a existência desses direitos para imigrantes como ela.
No entanto, a história de Diana Soliz é um testemunho de superação e transformação. De uma vida marcada pela exploração e adversidades, ela emergiu como uma ativista incansável, determinada a mudar não apenas sua própria realidade, mas também a de tantos outros imigrantes vulneráveis.
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A boliviana Diana Soliz um exemplo de luta pelos direitos das mulheres imigrantes
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A história de luta e ativismo de Diana Soliz Soria é um testemunho inspirador de determinação, coragem e comprometimento com a justiça social. Nascida na cidade de Camiri, no departamento de Santa Cruz, e criada em Chuqisaca, na Bolívia, Daiana traz consigo as memórias de sua terra natal e a força necessária para enfrentar os desafios que a vida lhe apresentou.
Há 28 anos, Diana deixou sua terra natal em busca de novas oportunidades e uma vida melhor para si e sua família, estabelecendo-se na cidade de São Paulo. No entanto, o que encontrou foi uma realidade repleta de dificuldades e injustiças, especialmente no que diz respeito aos direitos trabalhistas e à violência enfrentada pelas mulheres imigrantes.
O ponto de virada na vida de Diana ocorreu quando ela descobriu que outra boliviana estava explorando-a. Foi então que teve seu primeiro contato com o sindicato das empregadas domésticas, onde começou a participar ativamente das reuniões e a aprender mais sobre seus direitos. Para Daiana, cada dia era uma oportunidade de aprendizado e empoderamento: “Eu aprendi muita coisa e ainda continuo aprendendo, todo dia é um aprendizado”.
Com determinação e perseverança, Diana não apenas se tornou uma defensora de seus próprios direitos, mas também uma líder em sua comunidade. No Sindicato das Empregadas Domésticas, ela ocupou o cargo de representante das empregadas imigrantes em nível nacional no Brasil, lutando incansavelmente pelos direitos trabalhistas e contra a violência enfrentada pelas mulheres imigrantes.
Atualmente, continua sua batalha por justiça e igualdade, destacando a importância da regularização imediata, permanente e incondicional para imigrantes no Brasil. Além disso, ela está engajada na luta contra a violência de gênero, buscando proteger e empoderar as mulheres imigrantes em sua jornada.
Para Diana, sua missão vai além de suas próprias experiências. Ela deseja ser uma inspiração para outras mulheres que enfrentam dificuldades semelhantes, incentivando-as a se unirem, a se sindicalizarem e a lutarem por seus direitos. “Desejo ver outras mulheres sindicalizadas chegarem lá em cima, que lutem pelos imigrantes, contra a violência trabalhista, psicológica, sexual, entre outros”, afirma com determinação.
A entrevista concedida por Diana Soliz ao Bolívia Cultural, durante a transmissão ao vivo pelo Dia da Mãe Boliviana no Centro Integrado do Imigrante no Brás, organizado pelo coletivo Doutores por Amor, é um testemunho poderoso de sua dedicação à causa dos direitos humanos e sua incansável luta por um mundo mais justo e solidário.
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