Bolívia Recorda o Mar Perdido em Ato Cívico na Praça Kantuta no bairro do Pari, em São Paulo

Em ambiente banhado em folclore e gastronomia 100% bolivianos, a comunidade celebra o Dia do Mar Boliviano em São Paulo.

Publicado • 01/04/25 às 21:15h

No último domingo 30 de março de 2025, a Praça Kantuta, tradicional ponto de encontro da comunidade boliviana em São Paulo, foi palco de um emocionante ato cívico em comemoração ao Dia do Mar Boliviano. O evento, que teve início às 14h30 no palco central, foi organizado pela Feira Kantuta e contou com a presença de representantes consulares e grupos folclóricos bolivianos, reafirmando o orgulho e a resistência cultural de um povo que não esquece seu direito ao mar.

O vice-presidente da instituição Gastronomia Cultural Feira Kantuta, Sr. René Quisbert, destacou em seu discurso a saudade e o desejo dos bolivianos de um dia retornar ao “mar cativo”, referindo-se à perda territorial ocorrida após a Guerra do Pacífico, travada contra o Chile há mais de 100 anos. Quisbert relembrou a história de heróis bolivianos, especialmente Eduardo Avaroa, cuja resposta desafiadora — “¿Rendirme yo? ¡Que se rinda su abuela, carajo!” — é lembrado pelos bolivianos até hoje como símbolo de coragem e resistência.

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A Guerra do Pacífico (1879-1884) resultou na perda de 400 km de litoral boliviano e cerca de 120.000 km² de território. Desde então, o país luta pela recuperação de uma saída soberana ao Oceano Pacífico. “É importante que cada boliviano, e agora também os brasileiros, conheçam essa história de luta por justiça”, enfatizou Quisbert.

O evento, realizado anualmente desde 2003, só deixou de ocorrer em 2021 devido à pandemia de Covid-19. Este ano, o ato cívico-cultural contou com a participação de funcionários do Consulado Geral da Bolívia em São Paulo e fraternidades folclóricas, como Salay San Simón, Salay Juventud e Pandilla Flor Girasoles. As apresentações culturais, marcadas pela alegria e pela energia dos dançarinos, expressaram a riqueza do folclore boliviano e o orgulho de um povo que carrega sua identidade e tradições mesmo longe de sua terra natal.

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Durante seu pronunciamento, René Quisbert anunciou que todas as atividades culturais e folclóricas realizadas pela Feira Kantuta passarão a ter o denominativo complementar “Bicentenário da Bolívia”, celebrando os 200 anos de independência a serem completados em 2025.

O ato cívico reafirmou o compromisso da comunidade boliviana em manter viva a memória de um conflito histórico que marcou profundamente a identidade nacional, mantendo o clamor por uma solução pacífica e justa para o retorno soberano ao mar. Para os bolivianos no Brasil, eventos como esse representam não apenas um momento de reflexão e homenagem, mas também uma oportunidade de transmitir sua história e cultura às novas gerações e à sociedade brasileira.
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