18 de maio: Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Neste dia, em 1973, Araceli Cabrera Crespo, uma menina de oito anos, foi raptada, drogada, estuprada, morta e carbonizada no Espírito Santo.
Publicado em 26/08/23 às 21:12h
Atualizado em 18/05/24 às 16:45h
No Brasil, a violência contra crianças tem aumentado significativamente, especialmente após a pandemia de COVID-19. Esse crescimento está intimamente ligado à expansão da internet, que proporcionou um novo ambiente para a perpetuação desses crimes. A violência contra crianças agora também se manifesta no ambiente virtual, tornando-se uma problemática social que requer uma abordagem integrada.
É essencial que essa questão seja tratada de maneira abrangente dentro das famílias, nas escolas e em todos os espaços onde a informação possa ser disseminada. Conhecer as características dos crimes e os métodos de combate é crucial, já que a informação é a principal defesa contra a violência que as crianças podem sofrer. Campanhas de conscientização e educação são fundamentais para equipar a sociedade com ferramentas para identificar e prevenir abusos.
Dentro desse contexto, um aspecto preocupante é o aumento da violência contra crianças imigrantes. No entanto, é importante destacar que essa realidade não pode ser generalizada. Muitas famílias de imigrantes fornecem ambientes saudáveis e valores exemplares, demonstrando cuidado e proteção para com os pequenos, e servem de modelo positivo para a sociedade.
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Infelizmente, o aumento de famílias socialmente desestruturadas tem colocado um número crescente de crianças em situações de extrema vulnerabilidade. A crise social e econômica agravada pela pandemia deixou muitas famílias sem suporte adequado, exacerbando os riscos de violência e abuso infantil.
Para enfrentar esse desafio, é necessário um esforço conjunto de políticas públicas, organizações não governamentais e da própria comunidade. Fortalecer as redes de proteção à criança, garantir acesso a serviços de apoio psicológico e social, e promover a educação sobre os direitos das crianças são passos fundamentais para combater essa forma de violência. Apenas através de uma resposta coordenada e informada será possível proteger as crianças e construir uma sociedade mais segura e justa para todos.
Uma triste realidade
Um dos principais problemas enfrentados é o abandono de incapaz. Mesmo antes da pandemia do Covid-19, os índices de abandono de crianças já eram altos, muitas vezes motivados pelo alcoolismo dos progenitores. Durante a primeira onda da pandemia, muitas crianças foram abandonadas pelos pais, especialmente pelas mães, que, na maioria das vezes, estavam sob efeito de álcool e acabavam esquecendo das crianças nas ruas ou até mesmo nos locais onde consumiam bebidas alcoólicas no bairro do Brás em São Paulo – SP.
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Além do abandono, as crianças imigrantes sofrem com maus tratos físicos e psicológicos.
Em casa, esses pequenos são forçados a assumir responsabilidades que não condizem com sua idade. Os maus tratos físicos, na maioria das vezes, são perpetrados pelos pais e familiares, geralmente motivados pelo consumo de álcool dentro de oficinas de costura. O portal de notícias Bolívia Cultural, tem recebido diversas denúncias de professores da rede pública municipal e estadual, que testemunham esses maus tratos dentro das escolas e fazem o possível para combatê-los.
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Outro crime que merece ser destacado é o estupro. Esse assunto tem sido cada vez mais discutido dentro da comunidade boliviana, porém ainda é um tabu que precisa ser aprofundado e denunciado. Infelizmente, “não são poucas as mães que escondem e até protegem o criminoso, que geralmente é um parente próximo da criança”, segundo a advogada criminalista, Dra. Patricia Vega.
Diante desse panorama preocupante, é fundamental que todos estejamos cientes da gravidade da situação e façamos nossa parte para combater essa violência. É responsabilidade de cada um denunciar qualquer suspeita de abuso ou exploração sexual de crianças imigrantes ou filhos de imigrantes às autoridades competentes. Somente através da conscientização, da advertência e da proteção, essas crianças poderão construir um ambiente seguro e acolhedor para elas no Brasil.
O álcool vulnerabilizando crianças imigrantes
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A entrevista do vídeo retrata a realidade de dois pais bolivianos imersos no consumo excessivo de bebidas alcoólicas, que acabaram abandonando seus filhos nas ruas no bairro do Brás em São Paulo, o descaso e abandono devido ao vício devastador do álcool.
A sociedade boliviana em São Paulo tem sido afetada por essa situação alarmante, com números crescentes que têm deixado ativistas e instituições dedicadas à proteção das crianças preocupados. A prevalência do consumo de bebidas alcoólicas tem colocado em risco a segurança e o bem-estar das crianças da comunidade boliviana.
A Dra. Patrícia Vega, com sua sensibilidade e experiência na área, compreende a importância de agir prontamente para proteger essas crianças vulneráveis. No Centro do Imigrante, ela tem trabalhado incansavelmente para oferecer apoio e assistência às famílias imigrantes, especialmente aquelas que estão lidando com problemas relacionados ao abuso de álcool.
O caso em questão é um exemplo vívido dos desafios enfrentados pelas famílias imigrantes em São Paulo. A migração muitas vezes implica em dificuldades de adaptação, isolamento social, falta de recursos e barreiras linguísticas, o que pode levar a um aumento no consumo de álcool como forma de lidar com esses desafios.
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No entanto, é essencial reconhecer que a dependência de álcool não é exclusiva da comunidade boliviana ou de qualquer grupo específico. É um problema global que afeta pessoas de diferentes origens e culturas. A Dra. Patrícia Vega entende a importância de abordar as questões subjacentes que contribuem para o abuso de álcool, incluindo o acesso a serviços de saúde mental, apoio comunitário e programas de conscientização sobre o consumo de álcool.
Além disso, a Dra. Patricia, a campanha “Yo Cuido de Nuestros Niños” e o “Centro do Imigrante“, trabalham em colaboração com outras instituições e organizações não governamentais que se dedicam a proteger os direitos das crianças e fornecer assistência às famílias imigrantes. Juntos, eles buscam desenvolver estratégias eficazes para lidar com os casos de abandono e negligência decorrentes do abuso de álcool.
É fundamental que a sociedade como um todo se una nesse esforço, oferecendo apoio e recursos adequados para lidar com essa questão complexa. A conscientização pública sobre os efeitos prejudiciais do abuso de álcool e o fornecimento de opções de tratamento acessíveis são componentes vitais para superar esse problema.
A Dra. Patrícia Vega, filha de mãe boliviana é uma profissional dedicada e engajada que atua no Centro do Imigrante, localizado na R. Dr. Costa Valente, 306 – Brás, São Paulo – SP, 03052-000 , o vídeo foi registrado em 24/08/21.
Estupro de menores em oficinas de costura
O estupro de menores em oficinas de costura é uma realidade alarmante e crescente que merece toda a nossa atenção e ação imediata. A aglomeração de pessoas adultas e famílias nessas oficinas cria um ambiente propício para a ocorrência desses abusos, deixando as crianças expostas e vulneráveis física e psicologicamente.
Muitas vezes, essas crianças encontram-se dentro de casa, próximas a adultos consumindo bebidas alcoólicas, o que agrava ainda mais a situação e aumenta a vulnerabilidade delas. É importante destacar que essas situações são do conhecimento dos familiares e tutores das crianças, porém, por medo, tabus ou falta de informação, muitas vezes esses casos são escondidos e não chegam às autoridades competentes.
É fundamental que os familiares e tutores dessas crianças sejam informados sobre as diversas modalidades de denúncia disponíveis, especialmente aquelas voltadas para imigrantes e suas famílias. É essencial que eles saibam que existem recursos e apoio disponíveis para que as denúncias sejam realizadas e que as crianças recebam a proteção necessária.
Uma das formas de combater esse grave problema é promover a conscientização e a educação sobre os direitos das crianças, os sinais de abuso e exploração sexual e as medidas de prevenção. Isso pode ser feito por meio de campanhas de sensibilização nas comunidades, escolas e nas próprias oficinas de costura.
Além disso, é fundamental que as autoridades locais e governamentais estejam atentas a essa realidade e desenvolvam políticas e programas específicos para combater o estupro de menores em oficinas de costura. Isso inclui a criação de canais de denúncia acessíveis, treinamento adequado para profissionais que trabalham com crianças e a garantia de que as vítimas recebam o apoio psicológico e jurídico necessário.
Também é necessário fortalecer a cooperação entre as diferentes instituições envolvidas, como polícia, assistência social, organizações não governamentais e setor privado. Através de parcerias efetivas, é possível criar uma rede de proteção abrangente e eficiente, que possa identificar, denunciar e punir os responsáveis por esses atos abomináveis.
O estupro de menores em oficinas de costura é uma violação grave dos direitos humanos e uma tragédia que afeta não apenas as vítimas, mas também suas famílias e comunidades. É nosso dever coletivo lutar contra essa realidade, garantindo a proteção e o bem-estar das crianças, promovendo a conscientização e responsabilizando os agressores.
Nenhum esforço deve ser poupado na busca por soluções efetivas para esse problema. É preciso agir com determinação e empatia, garantindo que as crianças sejam ouvidas, que os abusadores sejam responsabilizados e que a sociedade como um todo esteja engajada na proteção dos direitos das crianças. Somente assim poderemos construir um futuro mais seguro e digno para todos.
Tráfico internacional de crianças
O tráfico de crianças é uma realidade extremamente preocupante que tem se intensificado entre o Brasil e a Bolívia, sendo alimentado principalmente por redes ilegais de transporte terrestre. Essa prática criminosa assume diversas formas, mas uma das mais chocantes é a utilização dessas empresas ilegais para separar casais em disputa pela guarda dos filhos. A criança, nesse contexto, torna-se uma ferramenta de influência ou uma vítima do intuito de traumatizar o companheiro ou companheira.
Os traficantes de crianças se aproveitam dessa vulnerabilidade emocional e da falta de fiscalização adequada nas rotas de transporte, que muitas vezes cruzam a extensa fronteira de 3.423,2 km compartilhada entre o Brasil e a Bolívia. A ausência de um controle efetivo nessa região facilita a ação desses criminosos, que agem com impunidade e transportam suas vítimas por territórios pouco vigiados.
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Além disso, a mesma rota utilizada para sequestrar as crianças é muitas vezes a mesma por onde elas são enviadas para países que consomem o tráfico sexual infantil ou para o comércio internacional de órgãos. Essa crueldade sem limites aprofunda o drama dessas crianças, que são submetidas a condições desumanas e perigosas, longe de suas famílias e de um ambiente seguro.
As autoridades competentes do Brasil e da Bolívia enfrentam enormes desafios na luta contra o tráfico de crianças. A extensa fronteira dificulta o controle efetivo e a cooperação entre os dois países é essencial para enfrentar essa ameaça em comum. É fundamental que as instituições brasileiras e bolivianas trabalhem em conjunto, compartilhando informações, recursos e estratégias para combater esse crime hediondo.
Além disso, é necessário um maior investimento em treinamento para os agentes responsáveis pela fiscalização nas fronteiras, bem como o fortalecimento das políticas de proteção à infância e combate ao tráfico humano em ambos os países. A conscientização da população também é crucial para identificar e denunciar situações suspeitas, garantindo que todos tenham conhecimento dos sinais de alerta e saibam como agir diante de casos de tráfico de crianças.
O problema do tráfico de crianças não pode ser subestimado ou ignorado. É uma questão que afeta milhares de vidas inocentes e que exige uma ação imediata e incansável por parte das autoridades, da sociedade civil e das organizações internacionais. Somente com esforços coordenados e uma abordagem integrada será possível combater efetivamente essa prática criminosa e proteger as crianças da exploração e da violência.