Feira de Arte Goiás se reafirmou como a principal “janela” de talentos emergentes fora do eixo Rio‑São Paulo
Publicado • 21/05/25 às 11:38h
Atualizado • 22/05/25 às 15:07h
Enquanto o circuito tradicional das artes visuais no Brasil ainda gira em torno dos grandes centros, como São Paulo e Rio de Janeiro, um movimento consistente e transformador cresce no coração do país. A FARGO – Feira de Arte Goiás, que aconteceu de 14 a 18 de maio no Centro Cultural Oscar Niemeyer, em Goiânia, vem consolidando seu papel como uma verdadeira janela para novos talentos e coletivos emergentes da cena artística nacional.
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Muito além de uma vitrine para vendas, a FARGO é reconhecida por sua capacidade de conectar artistas a curadores, galeristas, colecionadores e ao público em geral. É nesse ambiente de troca que trajetórias artísticas ganham fôlego, expandem fronteiras e acessam novos horizontes.
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É o caso do artista visual Ebert Calaça, de Goiânia, integrante do coletivo Renka, que participa pelo segundo ano consecutivo. “A FARGO é onde a gente recebe pessoas críticas que nos dão norte para nossas carreiras. A gente assiste palestras, filtra o conteúdo e volta para o ateliê com ideias novas. Este ano, por exemplo, recebemos curadores no ateliê, e isso nos abriu portas para espaços que antes não conseguíamos acessar. A feira traz novos horizontes”, afirmou.
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Para Fabio Naranno, artista de Belém (PA), estar na FARGO representa também uma ponte entre regiões. “Para qualquer artista que queira se destacar fora do eixo Rio-São Paulo, tem que passar por aqui. Tive bons retornos, vendas, contatos com galerias de São Paulo. Agora estou organizando um estande da Casa Aninga @casa_aninga , com artistas da Amazônia, para participar na próxima edição. A FARGO ajuda a expandir o eixo centro-oeste para o norte do Brasil”, disse.
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Já Fernanda Pacca, de Brasília, enxerga na FARGO uma força singular na valorização dos coletivos artísticos. “Aqui começa a arte. A gente vê muitos coletivos, com trabalhos inovadores, que não aparecem em outros lugares. A FARGO é uma boa janela para o artista do Centro-Oeste mostrar sua produção para o Brasil e para o exterior.”
Desde sua primeira edição, a feira tem se posicionado como agente impulsionador do mercado de arte na região, abrindo espaço para jovens artistas e fortalecendo redes colaborativas. “Muitos nomes que começaram com a gente hoje têm projeção nacional”, afirmou Wanessa Cruz, organizadora, curadora da FARGO e sócia Diretora da Arte Plena Produção em Cultura. “A FARGO é sobre circulação de conhecimento, sobre dar palco e visibilidade à arte que nasce aqui e quer ser vista em todo lugar.”
A feira também se destaca por valorizar a produção editorial independente, com lançamentos de livros, debates e encontros entre autores e leitores. Tudo isso compõe uma engrenagem pensada para ampliar o alcance da arte e criar uma base sólida para a profissionalização dos artistas do Centro-Oeste e de outras regiões em expansão.
“A FARGO, mais do que um evento anual, se afirma como um marco no calendário da arte contemporânea brasileira, um território de acesso, troca e visibilidade, onde o novo pode, de fato, surgir e florescer. Por isso, mesmo após o término da feira, fazemos uma série de eventos – batizados de ‘FARGO o ano todo’ para dar continuidade a esse importante trabalho”, concluiu Sandro Tôrres, coordenador geral de projetos da Arte Plena e diretor/curador da FARGO.