A imposição de pagamento a jornalistas no evento folclórico boliviano em São Paulo gerou revolta e foi considerada uma violação à liberdade de expressão pela televisão boliviana.
Publicado • 28//08/24 às 16:28h
Atualizado • 28//08/24 às 16:58h
Um momento histórico para a comunidade boliviana no Brasil tornou-se também um episódio de indignação quanto à liberdade de expressão. O evento organizado pela “Associação Folclórica Cultural Imigrantes Bolivianos no Brasil (ACFIBB)” no Sambódromo do Anhembi, em São Paulo, no dia 10 de agosto de 2024, deveria ser uma celebração do folclore boliviano e uma homenagem aos 199 anos de independência da Bolívia. No entanto, a decisão de cobrar entre R$ 300,00 e R$ 350,00 de jornalistas para cobrir o evento gerou uma onda de críticas e denúncias de cerceamento da liberdade de imprensa.
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O evento, que repercutiu positivamente no Brasil e entre amantes do folclore boliviano ao redor do mundo, teve seu brilho ofuscado pela atitude controversa dos organizadores. Foram vários os comunicadores bolivianos que relataram ter sido impedidos de registrar o evento a menos que pagassem a quantia estipulada. Para Fernando Espinoza, diretor do programa “Los Principales” da Radio Televisão Popular RTP , líder em audiência com foco na promoção do folclore boliviano, noticiou assim o acontecido:
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“…A cobrança foi um atentado contra a lei de expressão, contra a liberdade de prensa, quando todo boliviano de acordo a lei da República tem a obrigação de promover, difundir e proteger o folclore da Bolívia. Cobrando dinheiro para que possamos difundir estas imagens, é uma verdadeira estupidez.” concluiu o diretor do programa de televisão boliviano.
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A medida gerou forte repercussão negativa na Bolívia, país que valoriza a liberdade de expressão como um pilar fundamental da democracia e da preservação cultural. O ocorrido no Sambódromo serve como alerta para a importância de garantir que futuros eventos priorizem não apenas a celebração cultural, mas também o respeito aos direitos fundamentais de todos, especialmente os da imprensa, que desempenha um papel vital na promoção e divulgação do patrimônio cultural boliviano.
É essencial que os organizadores reconheçam a necessidade de corrigir tais práticas, para que o foco permaneça no folclore boliviano, na fé e devoção às padroeiras bolivianas, e na união da comunidade boliviana no Brasil.
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A nota foi veiculada na programação boliviana da Rádio Televisão Popular RTP, em rede aberta, na tarde de sexta-feira, 23 de agosto de 2024.
fonte: RTP
youtube.com/live/Xy93kfwAVP0