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A cosmovisão andina incaica sustentava a crença de que o ser humano era uma extensão da própria natureza, não destinado a dominá-la, mas sim a viver em harmonia e se adaptar para coexistir em equilíbrio com o ambiente natural, reconhecendo-se como parte integrante desse universo.

No Tahuantinsuyo, o império incaico, o mundo era concebido como uma entidade composta por três planos distintos, cada um com sua representação única no cosmos:

O Hanan Pacha, ou o mundo superior, era onde habitavam os deuses como Wiracocha, Inti, Mama Quilla, Pachacamac e Mama Cocha, detentores de poderes e influências divinas sobre a vida e os eventos do mundo terreno.

O Kay Pacha, representando o mundo terrestre, era o domínio onde os seres humanos viviam e experienciavam suas vidas, interagindo com a natureza e dependendo dela para sustento e subsistência.

O Ukhu Pacha, conhecido como o mundo subterrâneo ou o reino dos mortos, era o local para onde se acreditava que as almas iam após a morte. As fontes naturais, cavernas e outras aberturas na superfície terrestre eram consideradas portais de comunicação com esse plano, reforçando a conexão entre os vivos e os ancestrais falecidos.

A cultura andina, mesmo nos tempos modernos, ainda celebra essa cosmovisão ancestral, mantendo uma crença arraigada na ideia de coexistir com a natureza sem a intenção de subjugá-la. Para os andinos, a noção de pertencer à natureza se traduz em um profundo senso de responsabilidade em cuidar e proteger a terra, reconhecendo-a como o elo que une o universo, fornecendo alimentos e, em última instância, a própria vida. Esta visão holística do mundo, que valoriza a interdependência entre o homem e a natureza, destaca a importância de preservar o equilíbrio e a harmonia na relação entre os seres humanos e o meio ambiente.

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