Ato Justiça por Moïse na Av. Paulista em São Paulo

Justiça por Moïse: ativistas protestam em São Paulo, em memória do congolês morto no Rio. Ativistas latino-americanos compareceram mostrando seu apoio na luta contra o racismo e xenofobia no Brasil.

Publicado em

Jovem de (24) anos veio para o Brasil como refugiado em 2011, e foi espancado até a morte com mais de 30 pauladas na Barra da Tijuca. Atos pelo país promovem luta contra o racismo e a xenofobia. Quiosques onde o congolês foi morto vão virar memorial e podem ser geridos pela família dele.

O ato aconteceu no sábado (5) de fevereiro de 2022 no vão livre do Masp na Av. Paulista em São Paulo.

Ato Justiça por Moïse na Av. Paulista em São Paulo

Contra a exclusão, xenofobia, discriminação e racismo contra migrantes!

Aqui vivemos, aqui trabalhamos, aqui somos cidadãos: pela reparação histórica aos povos africanos
e indígenas: Direito ao Voto!

Contra A DESQUALIFICAÇÃO E A FALTA DE RECONHECIMENTO SOCIAL que atinge os imigrantes no Brasil: revalidação (graduação) e reconhecimento (pós-graduação) de diplomas gratuitos para todas/os!

Pela elaboração de políticas afirmativas que impulsionem a representatividade de comunidades não-nacionais: por representação na mídia e cotas afirmativas em universidades, canais de mídia e editais de cultura.

Revogação das leis anti-imigrantes, a exemplo da portaria 770 do Governo Bolsonaro/ Sérgio Moro!

Direito à Reunião Familiar!
Não existe ser humano ilegal. Migrar é um direito! Regularização Migratória Ampla, Geral e Irrestrita Já!

Seja signatário deste manifesto no link:
https://bit.ly/3gluc6b

Apoie a campanha financeira:
justicapormoise.meurio.org.br


MANIFESTO CONTRA
O RACISMO xenofóbico

POR JUSTIÇA E IMEDIATA REPARAÇÃO A IMIGRANTES, REFUGIADOS E APÁTRIDAS NO BRASIL
Regularização migratória já

As comunidades de imigrantes no Brasil e as redes de movimentos negros em São Paulo vêm a público manifestar o repúdio contra o avanço da barbárie e do xenorracismo, expresso no assassinato do jovem congolês refugiado Moïse Mugenyi Kabagambe e na falta de respostas do Estado brasileiro.

De acordo com a família e a defe- sa, além da violência que ceifou a vida de Moïse, também houve omissão da polícia militar, guarda civil metropolita- na e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), bem como negligência com a família no Instituto Médico Legal (IML). Ainda mais grave, a família relata estar recebendo ameaças de agentes do Estado.

A morte de Moïse se soma a outros assassinatos de imigrantes motivados por questões étnico-raciais, como João Manuel, Kerby Tingue, Fetiere Sterlin, Inolus Pierrelys, Fallow Ndack, Zulmira de Souza Borges, Toni Bernardo da Silva, Brayan Yanarico Capcha.

Além desses casos brutais que ganharam destaque, a opressão no cotidiano da vida dessas populações, sobretudo da migração negra e racializada, é crítica, com recorrentes violações de direitos nos serviços pú- blicos e no ambiente de trabalho. O Estado brasileiro tem sido o principal agente de violações aos direitos hu- manos, com a intensificação de pri- sões ilegais, violência policial, ameaças de deportação e expulsão, e precarização extrema nas condições de trabalho e moradia.

O Brasil – país signatário de con- venções internacionais e regido pela Lei de Migração (2017) e pelo Esta- tuto dos Refugiados tem desempenhado um papel importante na acolhida desses grupos sociais vindos de todas partes do mundo. É necessário pensar em políticas públicas efetivas com vistas a garantir as condições de vida desses(as) trabalhadores(as) e suas famílias que constroem o país.

Para isso, é fundamental dar res- postas aos graves problemas sociais do Brasil, em especial ao racismo e à xenofobia.

O funcionamento da socieda- de brasileira, que se construiu com base em escravidão, segregação e exclusão, contribui para o adoecimento da saúde física e mental das pessoas migrantes não brancas a partir da desqualificação profissional, da inferiorização jurídica e do rebaixamento de seu nível de vida, e se desdobra em problemas no acesso a serviços públicos e privados, como atividades que deveriam ser simples, como acesso à regularização migratória, conta bancária ou a serviços de educação, saúde, assistência social, transporte público.

Assim como foi a luta pela reparação histórica por meio de políticas afirmativas de pessoas negras e indígenas, é importante que o Estado brasileiro assuma a sua função de respeitar os princípios da Constituição Federal bem como a Lei de Migração e o Estatuto dos Refugiados.

Colocamos em primazia a luta contra todas as formas de exclusão e opressão, em especial as desigualdades de acesso ao trabalho e regularização migratória, que impossibilitam o exercício pleno dos direitos desta população.

Fazemos um chamado aos movimentos sociais e a todas as pessoas que se solidarizem e se unam com as lutas imigrantes e diaspóricas, nos bairros, locais de trabalho e ocupações de moradia. Pela união dos povos contra a barbárie, o encarceramento em massa, o racismo estrutural e o racismo xenofóbico!

Participe das campanhas públicas por justiça para os imigrantes. Seja solidário a essas lutas:
#JustiçaPorMoise #CampanhaSomosJoãoManuel #NduduzoTemVoz #FalilatouLivre
#RegularizaçãoJá #AbaixoPortaria770
#NenhumSerHumanoÉIlegal #MigrarÉDireito.

SAIBA MAIS

MigraMundo
7 de fevereiro de 2022

Ato em São Paulo exige “Justiça por Moïse” e relembra outras vítimas de racismo e xenofobia.

Atos em repúdio à morte do congolês e reivindicando ações contra o racismo e a xenofobia foram registrados também em outras cidades brasileiras e no exterior.

Ato Justiça por Moïse na Av. Paulista em São Paulo
Ato em São Paulo em apoio a Moïse e a outros imigrantes que foram vítimas do racismo e da xenofobia no Brasil.
(Foto: Dolores Guerra)

VEJA TAMBÉM
Robinho é condenado a 9 anos de prisão por estupro coletivo na Itália
Mulher policial (GCM) pede para as imigrantes denunciar a violência contra elas

Publicidade
Publicidade

Deixe um comentário

Dúvidas? Pergunte aqui.