Conscientize-se: Você Pode Estar Consumindo Produtos Misóginos!

Imigrantes bolivianos em SP expressam descontentamento diante da produção e disseminação de conteúdo misógino nas redes sociais: a importância da educação na conscientização e no combate à misoginia promove uma sociedade mais justa e igualitária para todos.

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Publicado em 08/11/23 às 09:44h
Atualizado em 08/11/23 às 11:58h

É de extrema importância compreender a influência e o impacto do consumo de conteúdo misógino, especialmente nos dias de hoje, em que as redes sociais desempenham um papel significativo na disseminação de informações e na formação de opiniões. Infelizmente, muitas vezes, o conteúdo prejudicial que desvaloriza e objetifica as mulheres passa despercebido, perpetuando estereótipos prejudiciais e reforçando atitudes negativas em relação ao gênero feminino.

No estado de São Paulo, no Brasil, comunidades de imigrantes estão testemunhando a veiculação de programas e atividades que retratam a mulher como um mero objeto, inferiorizando sua importância e contribuição para a sociedade. Essas práticas, além de serem culturalmente prejudiciais, têm um impacto direto na autoestima e na segurança das mulheres, especialmente das jovens que são expostas a esses conteúdos por meio de lives na internet e concursos de beleza.

A redação do Bolívia Cultural tem recebido relatos de mulheres imigrantes e homens conscientes e preocupados, que estão se manifestando contra tais eventos e atividades misóginas, buscando expor e combater essas práticas que perpetuam a desigualdade de gênero e a discriminação. A conscientização sobre o significado e as ramificações da misoginia é fundamental para a luta contra esse tipo de comportamento prejudicial e a promoção de uma sociedade mais justa e inclusiva para todos.

A Internauta Clara Souza (39), brasileira mãe de quatro filhos de pai boliviano, mora na cidade de São Paulo, tendo contato constante com a comunidade boliviana, se manifestou enfaticamente: “Um amigo me mandou alguns trechos desses concursos, pois não tenho estômago para assistir, e me revoltei com a forma maliciosa e desrespeitosa que os apresentadores tratam as candidatas e chamam de humor, as perguntas e danças feitas para depreciar a mulher. Muito desse conteúdo virou assunto de Tiktoquers, homens, usando as respostas erradas das meninas para chama las de "burras". Numa sociedade onde ainda lutamos por um tratamento digno, esse tipo de concurso é um desserviço a sociedade.” Concluiu Clara.

Ronald Zapata (42), comunicador boliviano de rádio web a dez anos, destaca a crescente desvalorização da mulher nos meios de comunicação da comunidade boliviana, observando um preocupante aumento de piadas e comentários depreciativos. Segundo ele, os produtores de conteúdo estão cometendo graves violações, que são reconhecidas e acompanhadas no Brasil. Além disso, Zapata ressalta que essas produções têm uma audiência significativa, tanto entre mulheres quanto homens. Ele lamenta a falta de uma instituição boliviana no Brasil que possa intervir e promover mudanças nessas práticas prejudiciais.

O que é misoginia?

A misoginia, para esclarecer, é um termo que denota aversão, desprezo ou preconceito contra mulheres e valores associados ao feminino. Ela pode se manifestar de várias formas, desde discriminação e objetificação até violência física e emocional. Reconhecer a misoginia e suas formas sutis e evidentes é essencial para interromper seu ciclo de perpetuação e para criar um ambiente que valorize e respeite todas as pessoas, independentemente do gênero.

misionegia
Portanto, é crucial conscientizar-se sobre o conteúdo consumido e ser vigilante em relação a discursos e práticas que rebaixam ou desrespeitam as mulheres. Somente ao estar ciente e atento podemos contribuir para a construção de uma sociedade mais igualitária, na qual todas as pessoas sejam tratadas com dignidade e respeito, independentemente de seu gênero. A rejeição ativa da misoginia é um passo essencial na direção de um futuro mais justo e equitativo para todos.

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