Instituições

Publicado em 14/06/23 17:15
atualizado em 14/06/23 18:16

Dentre as ações que têm sido implementadas no combate ao tráfico de pessoas, destaca-se a orientação em diferentes instâncias para que os cidadãos bolivianos possam reconhecer e denunciar esse tipo de crime. Além disso, o setor consular, presente em São Paulo, Rio de Janeiro e quatro cidades de fronteira, incluindo Corumbá, está direcionado a atender os bolivianos que identificarem violações de direitos.

Eva Chuquimia (vice-ministra), Rolando Bulacios (Cônsul Geral da Bolívia em São Paulo), Vania Claros (Cônsul da Bolívia em São Paulo)

Atualmente, a população boliviana no Brasil é considerada a maior migração, estimada em cerca de 800 mil pessoas, sendo a maioria concentrada na cidade de São Paulo.

Durante o encontro realizado no consulado boliviano no bairro da Vila Mariana, em São Paulo, a vice-ministra Eva Chuquimia teve a oportunidade de se reunir com um grupo reduzido de imigrantes bolivianos. Nesse encontro, os imigrantes expressaram suas preocupações em relação a diversas questões, que vão desde a redução dos custos dos documentos obtidos no consulado até a violência contra as mulheres imigrantes. Outros assuntos levantados foram a necessidade de inclusão do serviço de emissão de segunda via de carteira de motorista e a mudança do cônsul Eng. Rolando Bulácios.

Entre as principais denúncias feitas pelos imigrantes bolivianos, destaca-se a atuação de "tramitadores", que cobram valores abusivos dos imigrantes para ajudá-los nos trâmites burocráticos. Essas denúncias foram um dos pontos mais discutidos durante o encontro.

Além disso, os imigrantes solicitaram uma maior transparência do consulado nas convocações para reuniões, como foi o caso da própria reunião com a vice-ministra Eva Chuquimia, que foi divulgada em cima da hora. Isso resultou na baixa participação de meios de comunicação e dirigentes de instituições da coletividade boliviana.

Durante o encontro, a vice-ministra Eva Chuquimia destacou a importância da criação do Consulado da Mulher Boliviana, um serviço dedicado especificamente às imigrantes bolivianas. Ela ressaltou que esse serviço ainda está em processo de implementação, lembrando que sua criação foi anunciada pelo presidente Luis Arce em setembro de 2022, durante uma reunião com a coletividade boliviana realizada na sede da CUT, no bairro do Brás em São Paulo.

Além disso, em 2022, foi oficializada a oferta de cursos de "bachillerato" no modelo a distância. Essa medida visa facilitar o acesso à educação formal para os imigrantes bolivianos, permitindo que eles concluam o ensino médio por meio desse programa de educação a distância.

A implementação do Consulado da Mulher Boliviana e a disponibilidade de cursos de "bachillerato" a distância são iniciativas importantes que visam atender às necessidades específicas das imigrantes bolivianas no Brasil, promovendo a inclusão e o empoderamento dessas mulheres na sociedade brasileira. A vice-ministra reafirmou o compromisso do governo boliviano em seguir adiante com essas ações e buscar soluções para as demandas levantadas pela comunidade boliviana no país.

Na reunião, foi ressaltada a urgência da revitalização da Praça Kantuta, que atualmente se encontra em péssimas condições. Foi mencionado que o projeto de recuperação da praça, inicialmente criado pelo Instituto Federal de São Paulo, está sendo retomado pela atual gestão da Feira Kantuta em parceria com o Instituto Federal e com o apoio do consulado boliviano em São Paulo.

A Praça Kantuta é um espaço de grande importância para a comunidade boliviana, sendo um local de encontro e celebração da cultura boliviana no Brasil. No entanto, ao longo do tempo, a praça enfrentou problemas de manutenção e conservação, o que resultou em seu atual estado precário.

A parceria entre a Feira Kantuta, o Instituto Federal e o consulado boliviano busca revitalizar esse espaço, garantindo que ele volte a ser um ambiente adequado para a realização de atividades culturais, eventos comunitários e encontros da comunidade boliviana.

A revitalização da Praça Kantuta não apenas beneficiará os imigrantes bolivianos, mas também toda a população que frequenta o local e valoriza a diversidade cultural. É um passo importante para preservar a identidade e fortalecer os laços da comunidade boliviana no Brasil, além de promover a integração e o respeito entre as diferentes culturas presentes no país.

Eva Chuquimia teve a oportunidade de ouvir atentamente as preocupações e denúncias dos imigrantes bolivianos, comprometendo-se a levar essas questões ao conhecimento das autoridades competentes, a fim de buscar soluções e melhorias para a comunidade boliviana no Brasil.

Eva Gloria Chuquimia Mamani é vice-ministra de Gestão Institucional e Consular, formada em Direito. Nascida em 30 de novembro de 1983, possui mestrado em Imigração, Modelos Familiares e Estratégias de Imigração pela Universidade Studi di Pavia, na Itália. Também possui mestrado em Negociações Comerciais Internacionais pela Universidade de Barcelona, na Espanha. Dentro do Ministério de Relações Exteriores da Bolívia, ela atuou como cônsul-geral em Madrid e Milão, além de ter sido chefe de gabinete do Ministério de Hidrocarbonetos e Energia.

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