Imigrantes e refugiados marcharam pelos seus direitos na Av. Paulista em São Paulo

Imigrantes e refugiados de varias nacionalidades marcharam pelo direito ao voto e participação política entre outras reivindicações, a tradicional Marcha das Pessoas Imigrantes e Refugiadas aconteceu na Av. Paulista em São Paulo.

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Publicado: 12/12/22
Fotos: Divulgação

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Manifesto da 14ª Marcha das Pessoas Imigrantes e Refugiadas

A Marcha das Pessoas Imigrantes e Refugiadas é um tradicional evento que acontece na cidade de São Paulo desde o ano de 2007, chegando em sua 14ª edição no ano de 2022, em celebração ao dia 18 de Dezembro, Dia Internacional do Migrante, data instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) como forma de reflexão do processo migratório global.

Por conta da pandemia de Covid-19, a marcha não foi realizada nos anos de 2020 e 2021 pelos riscos de contaminação e ao mesmo tempo, o processo de vacinação da população como um todo. Neste período, o fechamento das fronteiras por conta dos processos de quarentena em diversos países para inibir a propagação do vírus atingiu os inúmeros deslocamentos  migratórios, sobretudo, de mulheres, crianças e adolescentes, que sentiram o grande impacto na mobilidade humana. Os Estados Nacionais impediram a entrada de novos imigrantes, sobretudo daqueles que procuravam a proteção de países destino na condição de solicitante de refúgio, muitos foram colocados em situação de vulnerabilidade nas fronteiras.

No Brasil, no ano de 2020 o governo de Jair Bolsonaro promoveu deportações recordes, 5.708% durante a pandemia, em grande parte, compostos por imigrantes não-brancos, no caso, africanos, asiáticos e latino-americanos, não respeitando os direitos humanos das pessoas imigrantes e em situação de refúgio. Neste período, a questão da regularização migratória foi uma temática importante para pensar em formas de obtenção de documentação em tempos de pandemia, inclusive, culminou na campanha “Regularização Já”, campanha iniciada por coletivos de imigrantes que veio dialogando com movimentos semelhantes em outros países, provocando a sociedade e o Poder Legislativo e Executivo Federal a criar iniciativas para a concessão de documentos, além da crítica em relação a demora para o agendamento na Polícia Federal, que resultou em um ato em junho de 2021, com normativas institucionais que adiaram a resolução do problema.

Durante a pandemia, nas grandes metrópoles como a cidade de São Paulo, por conta das restrições para evitar a propagação do vírus, diversos coletivos e associações protagonizados por imigrantes e pessoas refugiadas, em especial, compostos por mulheres,  se mobilizaram e articularam-se para prover a assistência emergencial e fizeram a incidência junto ao Poder Pùblico local, pensando em formas de amenizar a situação da fome e o despejo das suas respectivas moradias, além de mutirões comunitários para serem incluídos em programas sociais como o Auxílio emergencial.

Foi também durante a pandemia que houve uma grande publicização de atos racistas e xenófobos contra imigrantes e pessoas em situação de refúgio: João Manoel (Angola), Moise Kabagambe (República Democrática do Congo), Marcelo Caraballo (Venezuela) presentes!!!

Marchamos por:

• Direito ao voto. Pela participação política das pessoas imigrantes e refugiadas;

• Regularização imediata, permanente e sem condições para todas as pessoas migrantes e em situação de refúgio.

• Pela cidadania plena.

• Pelo direito a migrar

• Pela erradicação da criminalidade… nenhum ser humano é ilegal;

• Pelo fim da seletividade da imigração, imigrantes desejados e os não desejados;

• Pela diversidade das migrações, nós imigrantes LGBTQIA existimos e resistimos;

• Pelos povos originários imigrantes;

• Pelo fim das deportações;

• Pela moradia digna e contra os despejos;

• Pelos direitos básicos garantidos, acesso a saúde, educação e cultura;

• Pela democratização do acesso à educação aos imigrantes e refugiados;

• Pelo acesso aos editais e fomentos de cultura para os artistas imigrantes; 

• Basta de Violências contra as pessoas migrantes e refugiadas;

• Pela obrigatoriedade do ensino da história de África,Cultura Indigina e Afro Brasileira; 

• Pelo fim das deportações;

• Basta de xenofobia e racismo;

• Justiça para Moise e todos os explorados pelo sistema capitalista;

• Basta de violência doméstica e de gênero;

• Pelo fim do trabalho Análogo à escravidão.


Organizações que assinam o manifesto

- Rede MILBi+ Mulheres Imigrantes Lésbicas, Bixessuais e Pansexuais;
- Coletivo Diásporas Africanas 
- Equipe de Base Warmis Convergências das Culturas. 
- MLB Movimento de Luta no Bairros Vilas e Favelas;
- Movimento dos trabalhadores sem Teto
- Associação Acadêmica Juvenil Angolana de São Paulo
- Brigadas Populares
- Sarau das Américas
- Fronteiras Cruzadas
- Associação das Comunidades da Guiné-Bissau em São Paulo
- Projeto Séfora´s
- Igrejas da Comunidade Metropolitana do Brasil
- Ação Social Franciscana - Sefras
- Mandata Coletiva Quilombo Periférico
- Cholitas da Babilônia
- Iglesias de la Comunidad Metropolitana Del Cono Sur
- Centro de Referencia da Diversidade Bruna Valim
- Nhande Vae Ete
- Associação de Imigrantes pela Integração Comunitária
- Igrejas Trans ICM Séfora´s
- ProMigra - Projeto de Promoção de Direitos dos Migrantes
- Bolivia Cultural 
- Planeta América Latina.


Vídeo - Rogério Matuck

A 14º Marcha dos Imigrantes e Refugiados aconteceu na tarde de domingo 11 de dezembro de 2022 na Av. Paulista em São Paulo - SP.

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