Os Chasquis Incas: Correios Velozes do Império Inca
A incrível saga dos chasquis incas, jovens mensageiros que voavam sobre os caminhos do Império
LOS CHASQUIS INCAS
Hoje em dia, graças à tecnologia, uma mensagem chega ao seu destinatário em questão de segundos. O mesmo acontece com o envio de encomendas, que está cada vez mais rápido e preciso. A ciência avançou tanto que agora os processos são geridos de forma uniforme através de páginas da web ou aplicativos. No entanto, nem sempre existiu essa comodidade para poder se comunicar com quem quisesse - a qualquer hora - ou enviar um objeto precioso para um destino distante, pressionando apenas alguns botões.
No antigo Peru, existia uma nobre profissão que era vital para os interesses do Império Inca. Os chasquis (que em língua quéchua tinham os significados de 'aquele que dá e recebe', 'pessoa de revezamento' ou 'correio') eram jovens atletas - com uma condição física impecável, que trabalhavam desde crianças - a serviço do Inca, encarregados de levar mensagens pessoais e recados através do sistema de caminhos do Qhapaq Ñan.
Sua tarefa era de vital importância, já que as informações que transportavam podiam acabar com conflitos bélicos ou servir de alerta para agrupar tropas, por exemplo. E por transportarem tanta responsabilidade, estavam isentos de realizar qualquer outra atividade física. Aqui, você conhecerá um pouco mais sobre a função que os chasquis desempenhavam.
Um serviço à vanguarda
A tarefa e as rotas dos chasquis eram tão bem planejadas graças às recomendações dos sábios e altos funcionários incas. Eles eram responsáveis por recrutar e selecionar os corredores (na maioria das vezes, filhos de curacas, que eram pessoas de confiança no Império Inca), escolher os postos de revezamento e projetar os caminhos mais acessíveis para cada situação, entre outros.
Assim, os chasquis usavam todo o seu esforço para chegar ao ponto de destino (cada trecho tinha entre 10 a 15 quilômetros, aproximadamente) o mais rápido possível, onde um substituto os aguardava para assumir o posto. Graças a essa ação, agilizavam o processo de envio de informações ou objetos em menos tempo, assim como equitativamente distribuíam o gasto de energia entre os encarregados de transmitir as mensagens.
Com o equipamento completo
O chasqui sempre carregava consigo uma série de objetos indispensáveis. Entre eles, havia um par que não podia faltar em nenhuma circunstância: o quipu, um artefato inca feito de cordas amarradas onde as informações eram transportadas; e o pututu, que era a concha de um caracol que funcionava como uma espécie de instrumento de sopro. Seu som era perfeito para alertar o próximo corredor, já que quanto mais alto se ouvia o som do pututu, significava que logo haveria um encontro entre os chasquis.
Além dos principais objetos que o chasqui carregava, também levava uma funda (conhecida como "honda" em outros países) e uma clava para se defender de qualquer pessoa que tentasse impedi-lo de prosseguir. Para ser reconhecido visualmente, usava na cabeça uma penacho de penas brancas ou amarelas, que também servia como distração para que não prestassem atenção à carga que levava nas costas, contendo as encomendas a serem transportadas.
Uma força surpreendente
Sem dúvida, os chasquis possuíam características físicas invejáveis. Para ser selecionado como corredor do Tahuantinsuyo, era necessário ter uma força e potência superiores nas pernas. A velocidade e a capacidade de resistência à fadiga muscular eram inegociáveis. Mesmo com a chegada dos espanhóis, esse sistema continuou em vigor, pois os europeus estavam impressionados com a eficácia desse serviço.
Os chasquis eram capazes de voar sem ter asas. Podiam percorrer os Quatro Suyos em questão de dias sem a necessidade de meios de transporte, pois seus pés eram suas melhores rodas. Tinham uma missão e não descansavam até que estivesse completa, pois um erro lhes custava a vida, que entregavam ao Império Inca de corpo e alma.
Fontes: El correo de los chasquis
National Geographic
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