Retilíneo, espetáculo que conta a história do genocídio da população negra brasileira, chega em São Paulo em curtíssima temporada

O premiado espetáculo da Cia Batalhão de Teatro, de Curitiba, chega em São Paulo para oito apresentações, entre os dias 16, 17, 22 e 23 de março, no Teatro de Arena Eugênio Kusnet, após realizar uma temporada de sucesso em Curitiba e Rio de Janeiro.

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Retilíneo, espetáculo que conta a história do genocídio da população negra brasileira, chega em São Paulo em curtíssima temporada

Retilíneo estreou em 2023, na 14ª edição do Festival de Teatro de Pinhais, onde levou o prêmio de Melhor Dramaturgia. No 40º Troféu Gralha Azul, a maior premiação do teatro paranaense, Retilíneo recebeu três indicações, sendo o de melhor atriz para Isabel Oliveira, melhor dramaturgia e melhor espetáculo.

Apesar da estreia acontecer em 2023, a escrita do texto começou bem antes. Carlos Canarin, que também faz a direção e atua no espetáculo, começou a trabalhar na dramaturgia da peça, em 2019, durante o Núcleo de Dramaturgia do Sesi/Pr. Canarin, inclusive, foi o primeiro dramaturgo negro a participar de uma das edições do projeto em dez anos de sua existência. Em 2020, o texto foi finalista do I Prêmio Literário Maria Firmina dos Reis e vencedor da I Mostra de Textos Breves do Coletivo A Digna de São Paulo.

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No final de 2023, Retilíneo fez sua primeira temporada em Curitiba. Em fevereiro de 2024, realizou curtíssima temporada no Teatro Cacilda Becker no Rio de Janeiro pelo edital de ocupação dos espaços da FUNARTE-Rio, e agora chega a oito apresentações em São Paulo. No elenco, os ganhadores do I Prêmio Pretas Potências (Pretahub/Minc) Isabel Oliveira e Carlos Canarin. Completa o elenco a atriz baiana Kelle Bastos.

O diretor, ator e dramaturgo, falou da expectativa de apresentar o espetáculo para o público paulistano. “Para mim estar em São Paulo com Retilíneo é mais uma oportunidade de poder encontrar uma comunidade negra atuante, sobretudo na arte, e a partir disso poder compartilhar essa experiência de ser negro/a no sul do país. O teatro negro de São Paulo eferve e muitos grupos de lá são referência para nós enquanto trajetória de resistência contra o genocídio que também se manifesta a partir da morte simbólica das nossas subjetividades”, comentou Carlos Canarin.

Para a atriz e assistente de direção Isabel Oliveira, que interpreta as mães, fala como é voltar para a sua terra natal após 20 anos morando em Curitiba. “São Paulo foi a cidade que me gestou artista. É uma cidade que respira as múltiplas formas de ser, mas que também desumaniza o corpo negro. Retornar aos palcos paulistanos depois de quase 20 anos, com o espetáculo Retilíneo é a possibilidade de reencontrar o colo que me gestou, em um corpo negro mulher, muito mais potente. É celebrar minha trajetória artística com a minha cidade”, finalizou Isabel.

O espetáculo narra a história do genocídio negro brasileiro, desde a chegada dos escravizadores europeus ao continente africano até os dias atuais, perpassando por temas como a violência policial e o encarceramento em massa da população negra. A peça é dividida em quatro linhas narrativas: uma menina africana que vê a chegada das naus portuguesas; um homem escravizado sendo vendido no mercado público; uma mãe longe dos filhos e um rapaz que anda pelas ruas de madrugada. 

Os ingressos estão à venda pela plataforma Sympla, a partir de R$20,00.

 

Laboratório de Dramaturgia

Além das oito apresentações do espetáculo Retilíneo. A companhia, fará uma ação formativa, com um laboratório de dramaturgia nos dias 13, 14, 15, 20, 21 e 22/03 das 18h30 às 21h30, com Carlos Canarin, teórico-prática, sobre dramaturgia negra brasileira.

“Com foco em projetos individuais de cada participante, o laboratório busca instrumentalizar, organizar e desenvolver uma escrita para cena em seus diferentes formatos, a partir de práticas coletivas e orientação comigo. E no final do processo, realizaremos uma mostra pública dos textos desenvolvidos ao longo do laboratório”, comentou Carlos Canarin.

São ao todo 15 vagas, sendo 5 bolsas para pessoas negras e/ou trans. Valor inteira R$100 e R$50 a meia. As inscrições e mais informações pelo e-mail batalhaoteatro@gmail.com e pelas redes sociais da companhia (@batalhaociadeteatro) e da Garalhufa Escola de Atuação (@garalhufa).

Serviço:

Peça teatral “Retilíneo” - Cia. Batalhão de Teatro

Texto e direção: Carlos Canarin

Elenco: Carlos Canarin, Isabel Oliveira e Kelle Bastos

Duração: 60 minutos

Classificação: 14 anos

Datas e horários:

Dias 16 e 23 de março - sábados - sessões às 18h00 e 20h00

Dias 17  e 24 de março - domingos - sessões às 17h00 e 19h00

Local: Teatro de Arena Eugênio Kusnet

Rua Doutor Teodoro Baima, 94 - Vila Buarque (500 metros da estação República)

Ingressos à venda na Sympla: sympla.com.br/evento

 

Laboratório de Dramaturgia

Datas: 6 encontros - dias 13, 14, 15, 20, 21 e 22/3

Horário: das 18h30 às 21h30 (18 horas)15 vagas, sendo 5 bolsas para pessoas negras e/ou trans

Local: Teatro de Arena Eugênio Kusnet 

Rua Doutor Teodoro Baima, 94 - Vila Buarque (500 metros da estação República)

Valores: inteira R$100,00 e meia R$50,00

Inscrição: os interessados devem entrar em contato pelo e-mail batalhaoteatro@gmail.com ou pelas redes sociais da companhia (@batalhaociadeteatro) e da Garalhufa Escola de Atuação (@garalhufa).

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