Maycon da terra brasilis, um elo consanguíneo e amor pela Bolívia

Maycon de Souza Esquer, de 21 anos, descendente de bolivianos por parte de pai, seus avós, assim como seu pai, são originários da Chiquitania Boliviana. Por ter morado a vida inteira em Cuiabá-MT o único contato que teve com a “Bolívia” durante muito tempo foi por meio dos seus avôs - Marciano Montenegro Esquer e Felícia Soleto - ambos de municipalidades da chiquitania boliviana.

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Maycon da terra brasilis, um elo consanguíneo e amor pela Bolívia

Maycon continua contando um pouco do elo consanguíneo e amor pela Bolívia

Lembro-me de conversar com eles e ver a maneira como se sentiam pertencidos ao simples contar de histórias do seu país. Essas conversas sempre despertavam em mim o desejo de conhecer e descobrir a cultura desse lugar, que de certa forma também era o meu lugar.

Esse cenário se arrastou até eu completar 16 anos, quando iniciei um processo, que até hoje não terminei e não acho que vá terminar um dia, de resgate identitário desse lado que deveria constituir a minha identidade. Viajei até a Bolívia várias vezes, conheci parentes, troquei conhecimentos, aprendi sobre mim, de onde vim, de onde meus avós vieram.

Descobri e aprendi muito sobre o Estado Plurinacional da Bolívia, e como é a composição étnica tão diversa que compõe a população desse país tão privilegiado culturalmente.

Depois de ter iniciado essa marcha lá em 2015, eu, atualmente, com 21 anos de idade e graduando em jornalismo na Universidade Federal de Mato Grosso, internalizei a missão de utilizar os conhecimentos que adquiro na academia, mesmo que de forma mínima, para tentar ocupar, além de fisicamente, a falta de narrativas que eu experienciei.

Essa falta - sentimento de não pertencimento - também acometeu e acomete muitas pessoas Brasil e mundo afora. A falta de histórias que contemplem a nossa existência, que também pode ser chamado de sequestro identitário, se manifesta de formas tão diversas que às vezes nem percebemos.

Conhecer nossa história, de onde viemos, as dialéticas que tornaram possível a nossa existência, assim como nossa sobrevivência, para poder respeitar as tradições de nossos antepassados, mais que um direito é um dever, porque apenas assim, podemos nos reconhecer enquanto participantes e protagonistas de nossas próprias histórias.

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