Dia Internacional da Mulher Indígena
Comemora-se, neste dia 5 de setembro, o Dia Internacional da Mulher Indígena, criado em 1983, para guardar na memória coletiva uma situação de enfrentamento, uma situação de luta, de luta pela sobrevivência.
O nome da mulher indígena, guerreira, que inspirou a efeméride, é o da índia aimará Bartolina Sisa, que, juntamente com seu marido, Túpac Katari, da mesma etnia, comandou uma rebelião contra os conquistadores e dominadores espanhóis, no Alto Peru, região atual da Bolívia, em 1781.
O Dia Internacional da Mulher Indígena, todavia, é uma data para nos lembrar que o racismo tem impedido o movimento de mulheres de apreender e de compreender o legado ancestral de sabedoria dos povos e das mulheres indígenas, assim como dos povos e mulheres negras.
A multiplicidade dos povos e das mulheres deve ser fator de multiplicação e união, não de divisão e subtração.
Devemos a povos indígenas contemporâneos, no Equador, a introdução do conceito de “bem viver” como uma categoria política de abrangência global, universal.
Para nós, brasileiras, o “bem viver” poderia ser lido como uma espécie de antítese das formas de violência que a Lei Maria da Penha nos ensinou a enxergar. “Bem viver”, numa tradução pela mulher brasileira, seria viver sem violência física, sem violência sexual, sem violência psicológica, sem violência moral, sem violência patrimonial.
O desejo da Procuradoria da Mulher do Senado é que nossas lutas se fecundem mutuamente, na construção de um movimento de mulheres cada vez mais plural e melhor.
Em discurso, Eliane Guajajara.
Foto: Moreira Mariz/Agência Senado
fonte: 12.senado.leg.br
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