CORPO MIGRANTE – Um corpo ressonante - 17,18 e 19/08/23

Práticas somáticas e performáticas de habitar e transformar espaços: 17/18 & 19 Agosto, das 14:00 ás 19:00 h. No Centro U. Maria Antônia, SP

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CORPO MIGRANTE – Um corpo ressonante - 17,18 e 19/08/23

"Para sobreviver nas Borderlands, é preciso viver sem fronteiras, ser uma intersecção."

Gloria Anzaldúa

"A questão não é mais quem somos, mas o que nos tornaremos."

Paul B. Preciado

Corpos em movimento, em diálogo, em transição, contrastantes, delirantes, corpos ponte, corpos em cruzamento, corpos em devir, corpos liminares, corpos transitórios, corpos no vai e vem, corpos atravessados e que atravessam, corpos estranhos e saudosos, corpos fronteiriços, corpos transmissores, corpos veículos, corpos receptores, corpos que falam, corpos dançantes.

Neste workshop, abordaremos a experiência migrante por meio de práticas performativas somáticas vocais e corporais. Aqui, a experiência migratória é entendida de forma ampla, além do mero ato de migrar de um país ou cidade para outro, mas também como uma experiência cuir e, usando as palavras da ativista chicana Gloria Anzaldúa, um cruzamento e um "cheje" ou "entre" como proposto por Silvia Rivera Cusicanqui. A partir de minha experiência pessoal, esse cruzamento é um lugar de movimento constante, de devir e de escuta profunda, tanto para dentro quanto para fora. É um movimento dialógico, por vezes doloroso, outras vezes mais fluído, através do qual habito e transformo o espaço. Nesse lugar de cruzamento, sou receptora e ao mesmo tempo agente atuante.

Através das práticas vocais e corporais que venho desenvolvendo nos últimos anos e que denomino "O corpo ressonante", realizaremos diversas experiências tanto no estúdio como no espaço público. A ideia é vivenciar conscientemente nossa relação conosco mesmos, com os outros e com o(s) espaço(s). De que lugar podemos habitar um espaço e fazer parte dele? De que lugar dialogamos? Interagimos ou apenas percebemos? Escutamos ou agimos? O que significa conviver? O que é habitar e ser habitado? O que significa ser atravessado pelos outros e pelos espaços? E o que acontece nesse movimento, nesse entre? Quantas vozes unimos? Somos voz e eco? Os outros não são apenas as pessoas presentes no espaço no mesmo momento que nós, mas também se referem aos nossos antepassados, aos que nos acompanham no mundo invisível e ao mundo da natureza: plantas, animais, bactérias etc.

A oficina faz parte do programa Narrativas Urbanas de Convivência e Desigualdade, do Centro Mecila e liderado pela antropóloga e socióloga finlandesa-peruana Jasmin Immonen, que explora a arte como método para potencializar conhecimentos plurais e deliberações. A mesma será realizada no Centro Universitário Maria Antônia durante três dias consecutivos, com duração de 5 horas cada dia. Nos dois últimos dias, realizaremos duas horas de trabalho no parque Augusta. Vale ressaltar que não se trata aqui de realizar uma performance. 

O workshop está aberto a todas as pessoas interessadas no tema em questão, nas práticas somáticas e performativas do corpo, incluindo o trabalho com a voz e a linguagem, e de preferência que não tenham problemas em praticar em espaços públicos. Serão tomadas as medidas necessárias para garantir a segurança dos participantes. Sera importante a presencia durante os tres dias da oficina.

Para mais informações sobre a facilitadora e seu trabalho, visite a página https://linktr.ee/ana.kavalis

 

Mais informações e inscrições: 

WhatsApp +55 11919169894

https://wa.me/message/5RJMXTYCGFJOH1

http://www.conexoessaopaulo.com.br

o via Centro Maria Antônia, preencha o formulário – https://forms.gle/AQZdAPU3TDfMTtu26. Haverá seleção, caso o número de inscritos exceda o número de vagas.

A oficina é gratuita.

Foto: Ximena Clavelli/ Das Meer hinter der Mauer: Peca de Ana Kavalis

Datas: 17/18 & 19 Agosto

Duracao: 14 h á 19 h

Lugar: Centro U. Maria Antônia, SP

 

Sobre a artista:

Nascida em Havana, Ana Kavalis é uma artista performática interdisciplinar, atriz e educadora de dança cubano-alemã que vive e trabalha em Berlim desde 2004. Começou a sua formação em dança na Academia Narciso Medina em Havana. Em 1996, durante o "periodo especial" em Cuba, emigrou para Montevideo, Uruguai. Lá, estudou teatro na E.M.A.D "Margarita Xirgú", graduando-se em 2000. Em 2001, participou do CPTzinho sob a direção do diretor teatral Antunes Filho no CPT em São Paulo, Brasil. Fala fluentemente espanhol, alemão, português, inglês e francês. 

Em Berlim, trabalhou com o grupo Djalma Primordial Science, fundado por Ephia Gburek (USA-FRA) (dançarina) e Jeff Gburek (USA-PL) (músico), de 2005 a 2007. Desde 2007 até ao presente, tem vindo a produzir e a desenvolver as suas próprias criações performativas, que têm sido apresentadas não só em Berlim, mas também noutras cidades europeias e na América Latina. 

No seu trabalho como investigadora corporal e artista performativa interdisciplinar, Ana interessa-se por perspectivas feministas, interseccionais e descoloniais relativas à migração, identidade, género e espiritualidade. Combina várias práticas, incluindo elementos da dança Butoh, improvisação, prática somática na relação corpo-voz, experimentação com multilinguismo, criação de textos a partir da experiência do corpo e desenvolvimento de práticas sensíveis e políticas em espaços públicos.

Em 2021, recebeu uma bolsa da DISTANZEN Dachverband Tanz Deutschland para o seu projeto de investigação "Urban Witches: Mulheres Resistentes em Berlim". Foi co-fundadora de vários colectivos performativos em Berlim, como Ore Ama, The Psychedelic Choir e Non - Most. Desde 2018, tem vindo a desenvolver a sua própria prática chamada "The Resonant Body Training". Atualmente, está a participar na formação de

Voz Somática na Somatische Akademie Berlin.

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